Fonte: www.tdvadilho.com

Making Of de 'Um Motim no Bote Pirata'

Making Of

 |  Historietas

 |  6 minutos

Imagem das ilustrações feitas para o conto Um Motim no Bote Pirata. Ilustrações tradicionais, feitas com caneta nanquim, mostra a personagem Jack, o pardal, confiante na proa do bote, sendo encarado pela personagem Barba-Falsa, amarrado ao mastro do bote. © 2023 TD VADILHO (www.tdvadilho.com) -noai-noimageai
Todo mundo gosta de histórias de piratas, não?... Não?! Bom... primeiro Making Of postado; acho que é motivo de celebração. Arrgh!

É com grande felicidade que apresento o primeiro Making Of das historietas. Por ser o primeiro, ele vai ser excelente! Não é?… Tan tan tan!. Acho que essa decisão está nas suas mãos; então, vamos lá?

A História da História

Assim que considerei o site bom o suficiente para começar a postar conteúdos, passei a pensar no que poderia escrever para a historieta #1. Na época eu estava assistindo a MasterClass The Art of Storytelling, do Neil Gaiman, e duas coisas me chamaram a atenção. A primeira delas foi a leitura de um conto sobre piratas, e a segunda foi a sugestão de tentar pegar algo conhecido e alterar a perspectiva para criar algo novo.

Eu sei que o que vou falar agora está longe da verdade, mas, ao mesmo tempo, não sei não. Para mim, é como se histórias de piratas pertencessem a um grupo seleto de narrativas que todos têm interesse em ler; e é claro que isso é uma completa mentira, já que provavelmente nada nunca será unânime. Mas, de qualquer maneira, acho difícil desassociar essa percepção, e mais difícil ainda eu criar a vontade de lutar contra essa questão🤷… Piratas gritam infância, e, despertar aquelas sensações e emoções que pareciam tão presentes quando crianças é, com certeza, uma das minhas maiores vontades e motivações. Sendo assim, um conto leve de piratas pareceu a melhor opção.

Faltava então alterar a perspectiva, pegar alguma tangente e criar uma história diferente. A primeira passada, rascunho, ou seja lá como quiser chamar, foi de um homem que acordava amarrado ao mastro de um navio pirata e que se negava a obedecer às ordens da capitã por não achar que ela e a tripulação eram piratas convincentes o suficiente. Para essa personagem, o que estava acontecendo era algum tipo de pegadinha e ele era inteligente demais para ser enganado.

Acontece que a capitã passa a jogar o mesmo jogo que ele, o acusando de estar fingindo ser um sabichão e, nessa discussão, o homem diz que tubarões não comem humanos, enquanto a capitã diz ter dúvidas dessa afirmação.

Para provar saber mais sobre o mar do que os piratas falsários, o homem os manda encontrar um tubarão e, quando isso é feito, ele pula no mar. O problema foi que ele pulou completamente amarrado e, embora o tubarão realmente não o tenha atacado, era impossível sair vivo daquela situação.

Meu irmão foi o primeiro a ler essa história, e ele fez as críticas que achava que deveria fazer. Dentre elas, a que mais me fez coçar atrás da orelha foi que ele não achava que o homem deveria morrer, já que aquele era a personagem ao qual o leitor deveria se aproximar mais.

Olha, até hoje eu não sei se a personagem deveria, ou não, morrer; porém, o que pegou foi que a crítica me levou a pensar no “por que alguém se importaria com essa personagem?” e… bom, eu não soube dizer o porquê. E, se não existem motivos para se importar com a personagem principal, então, muito provavelmente a história não despertará qualquer sensação interessante em quem a ler.

Mas nem tudo na história era ruim, e, por isso, eu reli tudo algumas vezes, focando em separar pontos em que conseguia ver potencial para reescrever.

A partir desse momento, eu não sei explicar muito bem o que aconteceu. Quer dizer, eu consigo falar que durante as releituras e as reescritas (sim, foram mais de uma), várias perguntas foram surgindo na minha cabeça, das mais complexas as mais legais — aquelas idiotas que muitas vezes não têm nada vê —, e isso foi moldando o texto final; mas, da onde vieram essas perguntas? Vai saber…

Só sei que em algum ponto o homem amarrado ao mastro virou o Barba-Falsa, um autodeclarado capitão de um bote pirata que aprendeu tudo o que sabe sobre pirataria assistindo aos filmes da franquia Piratas do Caribe na TV. Enquanto a capitã e a tripulação deram origem ao Jack, o pardal — tradução de Jack Sparrow, protagonista dos filmes —, que decidiu se rebelar para tomar o controle do bote pirata. Já a ideia de pular ao mar para provar o ponto sobre tubarões comerem pessoas se manteve, mas, dessa vez, acredito que a situação cômica da disputa e implicância entre melhores amigos, que gerou uma aposta sem sentido, tornou a história em um texto com o potencial de fazer alguém se importar.

Sobre a Ilustração — Uma estava escondida. A outra não

A seguir você pode ver as ilustrações que fiz para o conto. A primeira versão foi substituída porque o design do personagem Jack estava pouco marcante e não transmitia as mesmas características que a história queria passar.

Imagem das ilustrações feitas para o conto Um Motim no Bote Pirata. Ilustrações tradicionais, feitas com caneta nanquim, mostra a personagem Jack, o pardal, confiante na proa do bote, sendo encarado pela personagem Barba-Falsa, amarrado ao mastro do bote. © 2023 TD VADILHO (www.tdvadilho.com) -noai-noimageai

Duas ilustrações. Uma estava escondida. A outra não. Materiais utilizados.

Curiosidade: meu irmão tentou me convencer a transformar a história em uma tirinha também, seguindo as ilustrações que fiz. Eu gostei da ideia, porém, no momento, estava me sentindo desgastado e, ao mesmo tempo, ansioso para começar a postar; então achei que não seria capaz de fazer algo com qualidade. Pensando agora, talvez fosse legal tentar…

Só um elemento para separar as partes

Espero que tenha gostado dessa postagem! Se tiver algo para comentar, perguntar ou apontar, é só descer um pouco a tela, vou adorar ler o que você tem para me falar 😊

Fiquem bem e até a próxima!

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